Embora o título possa fazer lembrar o blogue estoriasdaminhaterra ( que conta histórias de Sobrado) pouco têm em comum. Há tempos apareceu um livro cá por casa com esse nome ( Histórias da minha terra) cujo autor é Adriano Ribeiro, um habitante de Campo que retrata em histórias caricatas os seus conterrâneos. A ideia do livro ( em tudo semelhante ao blogue estoriasdaminhaterra) relata com perfeição as peripécias dos habitantes da freguesia de Campo e expõe em livro as memórias colectivas destas gentes.
Numa linguagem simples mas cativante o autor prende o leitor e transporta-o para os caminhos do passado da vila de S. Martinho de Campo.
Recentemente foi lançado mais um livro do autor, desta feita sobre a vida de um trabalhador ( o tema dá também o nome ao livro) que além de relatar as peripécias de um grupo de trabalhadores é também um livro comemorativo do aniversário da empresa onde trabalham.
Foto retirada http://www.forumbtt.net
No passado Domingo Sobrado viu-se invadido por cerca de mil Bttistas. O evento que teve actividades durante toda a semana culminou com a prova. A prova que desporto/ associativismo/ organização podem andar de mãos juntas, foi dada pela enorme adesão de sobradenses e pessoas exteriores à freguesia que aderiram com bastante entusiasmo a esta prova.
Com um percurso bem organizado e ao nivel dos mais exigentes, o SBC ( Sobrado Btt club) marcou pontos no que diz respeito a provas do género.
De referir também a actuação do grupo UHF ( no sábado) e a participação do grupo "Instintos Radicais" que como sempre, brilhou em palco.
A todos os parabéns e a esperança de continuarem a mobilizar Sobrado como o têm feito até aqui.
Fotos podem ser vistas no site http://www.pauloministro.pt/gallery.php?gid=162
Após uma pausa por motivos profissionais, regresso á s lides " blogueiras " relatando, como prometido os passos para fazer a broa.
Segundo o " padeiro" de serviço a cozedura do pão era por norma reservada às mulheres, muito embora alguns homens também se dedicassem " à causa".
A cozedura era preparada de um dia para o outro. No dia antecedente à cozedura procedia-se à realização do crescente. Com um " isco" ( um bocado de massa cuja unidade de medida era um molete " ) de uma cozedura anterior fazia-se o crescente. Esse crescente era amassado e deixado em repouso na gamela de apolitar com a taleiga ( saco que levava o milho ou o centeio ao moinho) a cobrir a massa.
O dia seguinte era dividido por dois rituais, o primeiro de deitar o crescente na gamela junto com a farinha de centeio ou de milho, á gua e sal e amassar bem a massa. Posto isto, a massa ficava na gamela até levedar. Um ponto interessante deste ritual era que havia o costume de se " benzer" a massa, fazendo-lhe uma cruz.
A segunda parte desta lide consistia em fazer as broas. Com a gamela de apolitar coloca-se a massa e a farinha ( para a massa não pegar) e apolitasse a massa de maneira a esta ganhar a forma de uma broa.
Com a p á do forno j á polvilhada com farinha colocasse a broa em cima desta e levasse ao forno. A porta do forno, que outrora era vedada com bosta e mais recentemente com a própria massa do pão, é fechada e aberta novamente cerca de hora e meia depois ( conforme a quentura do forno). O resultado é um pão delicioso e que nos faz relembrar paladares que estão a cair no esquecimento.