Após uma pausa por motivos profissionais, regresso á s lides " blogueiras " relatando, como prometido os passos para fazer a broa.
Segundo o " padeiro" de serviço a cozedura do pão era por norma reservada às mulheres, muito embora alguns homens também se dedicassem " à causa".
A cozedura era preparada de um dia para o outro. No dia antecedente à cozedura procedia-se à realização do crescente. Com um " isco" ( um bocado de massa cuja unidade de medida era um molete " ) de uma cozedura anterior fazia-se o crescente. Esse crescente era amassado e deixado em repouso na gamela de apolitar com a taleiga ( saco que levava o milho ou o centeio ao moinho) a cobrir a massa.
O dia seguinte era dividido por dois rituais, o primeiro de deitar o crescente na gamela junto com a farinha de centeio ou de milho, á gua e sal e amassar bem a massa. Posto isto, a massa ficava na gamela até levedar. Um ponto interessante deste ritual era que havia o costume de se " benzer" a massa, fazendo-lhe uma cruz.
A segunda parte desta lide consistia em fazer as broas. Com a gamela de apolitar coloca-se a massa e a farinha ( para a massa não pegar) e apolitasse a massa de maneira a esta ganhar a forma de uma broa.
Com a p á do forno j á polvilhada com farinha colocasse a broa em cima desta e levasse ao forno. A porta do forno, que outrora era vedada com bosta e mais recentemente com a própria massa do pão, é fechada e aberta novamente cerca de hora e meia depois ( conforme a quentura do forno). O resultado é um pão delicioso e que nos faz relembrar paladares que estão a cair no esquecimento.